quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Passado o presente

Tudo parece que faz tanto tempo. O tempo não significa nada às vezes, sabia? Pelo menos para mim. Ele é apenas uma medida que de vez em quando não serve para medir nada. A medida é ditada pelas próprias ações no dia-a-dia. Ontem eu lembrei que faz tanto tempo que conheço algumas pessoas que até parece mais tempo. E me toquei: o que realmente importa são elas, são as pessoas que amo e que estão ao meu lado, que me mostram o que têm de melhor e de pior, que me mostram suas fraquezas e me revelam suas incongruências e sorrisos marotos. Depois de 2005, todos os anos parecem tão transformadores, tão diferentes uns dos outros, parecem que tiveram muito mais que 365 dias... muito mais. Tantas experiências. Tantas angústias. Tanto crescimento. É. Parece que eu corri atrás do prejuízo. Parece que eu vivi nos últimos cinco anos tudo o que eu sempre quis viver. Mas ainda quero mais. Afinal de contas essa é a lei da vida. Querer cada vez mais. Sair de mim e dos lugares comuns e voar para o mais alto dos sonhos, mesmo aqueles que parecem tão irrealizáveis. Não são. Acredite! Parece balela falar "apenas acredite!", mas não é não. Acreditar é o primeiro passo para se fazer algo de diferente e inovador nesta vida, para o bem ou para o mal. Mas se esforce para que seja a favor do bem - não aquele bem maquiado das novelas, mas o bem humano, o bem real -, porque o mal já está infectando demais este nosso mundo. Viajar e conhecer. Conhecer e propagar. Amar e enxergar. Ouvir e sorrir. São palavras que me revelam: vão estar mais presentes no próximo ano, que, sem dúvida alguma, será um ano de conquistas, de perdas, de emoções, de sensibilidades, de lutas, de suores, de desejos, de dúvidas. Sabe por quê? Porque quero me manter contraditório pro resto da vida. Quer coisa melhor do que isso? A contradição, ao contrário do que nos fazem acreditar, é mais benéfica do que maléfica. Então, viva a contradição. Viva a música, a arte, o ser humano. Eu ainda acredito nele.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

[des]Conectado

Até quem vive das palavras, quem não consegue viver sem elas, às vezes, sofre de um mal: não vêm quando mais queremos que elas apareçam, como um foguete sendo lançado à lua. Elas pirraçam e insistem em não dar o ar da graça. Mas não há outras formas de se manifestar? Mas é claro que há. Mas e se essas outras formas também não suprirem o poder de transbordamento do próprio eu? Recebi por e-mail algumas linhas de um amigo, que não se diz poeta, mas é sim! Ele fala sobre uma experiência transcendental que estamos vivendo em Perus, bairro periférico da zona noroeste de Sampa. Para entender o que estou falando, acesse Comunidade Cultural Quilombaque clicando aqui. Antes disso, leia seu relato:

"Desconectar
E logo eu que falo tanto, tenho tantas palavras.
Desisto, não consigo dizer qualquer uma que defina tudo isso que aconteceu, que está acontecendo, que as fotos mostram e tornam ainda maior minha impotência. Mesmo que fale por dias, semanas, meses a fio, sem parar, não conseguiria descrever, muito menos explicar. Tentei experimentar só sentir, não deu, o corpo ficou pequeno, transbordou. Compartilhei com mais pessoas, e mais, e mais, e mais, e mais, e mais...
Resolvi voltar à racionalidade, reforçada pelo pragmatismo, até pela filosofia, pela sociologia e pela poesia. Não dá, sempre transborda, escapa e volto pra lá.
Desisto. Não consigo explicar.
É... bem... enfim... ahh... deixa estar...
Vou me esconder no secreto blog de poesias do Silvinho!

Se ainda sei quem sou,

Soró"