sábado, 10 de abril de 2010

Eu mudo, você muda

A mudança está mim, no âmago, no amor, no outro, em você. E por quê você não me olha e me mostra o que você tem de melhor e pior? Então fico aqui sozinho a refletir sobre o sexo da lua, sobre o sexo dos anjos, sobre o seu sexo. Sobre o meu sexo. Sobre os meus desejos. Sobre mim. E seria tão bom se você viesse sobre mim... mas nesta noite fria eu não sei o que pensar, pois as idéias viajam sobre a superfície do absurdo, sobre a linha tênue que nos separa do infinito. Mas não se incomode. Eu estou escrevendo, eu estou vivendo, eu estou aprendendo a olhar, a sentir novamente o mundo como ele se mostrou desde quando eu tinha apenas alguns anos de idade. Quando eu tinha o cabelo encaracolado, quando eu não imaginava que estaria nesse vulcão, nessa erupção, nessa loucura de querer transformar o mundo com um sorriso, com um piscar de olhos, com uma arte, com um palhaço, com um batuque, com um clique, com um tricotar, com um jingado de capoeira, com uma pincelada, com um movimento de dança, com um contato, com improvisação, com amor, com dor, com ardor. Senti vontades. Senti desejos. Senti anseios. Senti eu mesmo clamar por aquelas amizades que ficaram esquecidas em algum lugar do tempo, em algum lugar de mim, em algum lugar de você. Por quê as horas nos separam como se fossem cachoeiras que não se cansam de correr e escorrer o tempo passado? Por quê não nos falamos e sentimos o 'tum tum' do abraço apertado, da lágrima incotida, das mãos entrelaçadas e dignificadas apontando para as estrelas da espera?

Eu quero a amizade que te aflige, que te regenera, que te transcende.

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