quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Viajando por 1984

Eu estou aqui dentro da televisão, compreendendo como eles fazem para nos manipular. É tão sutil, que passa desapercebido. É uma das melhores formas de manipulação. A outra melhor forma é a igreja e suas falácias jogadas ao vento. Eu não me sinto aqui. Não mesmo. Como pude vir neste corpo e nesta vida? Neste período? Parece que vim da Lua. Um lunático? Não. Acho que é de Marte. Então eu sou um marciano. Não, mas é sério. Deixa eu voltar para aquela história anterior. Eu vinha andando pela rua de cima da minha casa, que é a avenida principal. Aí desde logo percebi como o sistema era esperto e vil. Todos, naquela noite de quarta-feira, estavam voltando para casa de mais um dia inteiro de trabalho, cansaço e exploração. Todos vão levantar logo pela manhã, bem cedinho. Parênteses: e a minupulação continua aqui na tela da TV do meu quarto. É um mundo de 1984, previsto por Orwell há muito tempo atrás. Ele foi um visionário! Olhe para cima quando estiver no elevador. Olhe para o número do seu documento denunciando que você é mais um número. Olhe para o seu ir e vir sem fim e sem sentido? Olhe, eu lhe faço o convite. Você está ouvindo o que digo? Está? Não sei, mas continue dizendo, agora já sou outro. Mas esse outro já está cansado. Com fome. Hummmm. Ele precisa comer. Agora e não mais que agora. Ah, eu também preciso tomar um banho. É sério agora, os punhos começam a fingir que vão doer. Adeus. Adeus. Até algum dia desses.

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