A mulher disse que ninguém vive de beleza. Mas tem gente que respira disso, sabia? Enlevadamente louca de tudo o que não foi declarado, ela disse: "A beleza é tão ferina quanto aquela pomba estatelada e estilhaçada no asfalto quente, pegajoso e cru". Cruel. A sensação de chorar e coçar é quase a mesma, já percebeu? Eu queria sair correndo por aí nesse dia lindamente ensolarado e estou aqui preso em mim mesmo, debilitado das forças que movem o meu cérebro. Neste instante, a mente e o corpo são entidades totalmente distintas.
Qual o problema de devanear? Não sei e também não compreendo porque é que tem que ter problema em tudo. Os riscos de se viver já não bastam? O problema é um risco, então? Ou apenas devaneios que criamos para tentar sobreviver dia após dia, com sentidos que tentamos incutir em nós mesmos, mas que não acabam passando de ilusões ternas e possantes.
E eu? Totalmente louco e despossuído de mim e de ti. Sem forças para me levantar daqui [ou daí?] e, ao mesmo tempo, tão másculo e forte, sem dúvidas fugitivas. Estou despido das dores que me carregavam para longe de todas as coisas que me afetam diretamente e me fazem acordar todos os dias, com sol ou com chuva, com céu ou sem céu, com lua ou sem lua, com mundo ou sem mundo, comigo ou sem você.
Sem você.
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