sexta-feira, 12 de junho de 2009

À beira

Às vezes a solidão é tão penetrante que é como se você sentisse que o frio está tão entranhado na sua alma, que jamais, nunca mais!, conseguirá aquecer o jardim dos desesperos. Mas logo o vento passa e vira a página e leva para longe o que há de mais perto possível. O perto disfarça tão bem a sua distância...

A margem vista daqui parece tão extensa, mas tão extensa que meus olhos se perdem em suas curvas sinuosas, que mais parecem o meu estado de espírito. Elas somem e reaparecem fulgurantes. A água é límpida. Curioso. Fiquei bem curioso porque aquilo parecia um sonho que eu tive por esses dias aí... Não lembrava tão claramente, mas ele estava ali na frente. Tinha se materializado. Era impressionante...

Ainda bem que ainda conseguia me surpreender. É que eu já não lembrava de como é bom lembrar. De como é bom ser sincero, ouvir vozes cortantes, sentir o sol bater na janela pela manhã, sentir a brisa uivar pelas frestas da janela...

Pelas frestas da minha janela passam tantas brisas, mas poucas permanecem. Assim, os porquês ficam cada vez mais indecifráveis...

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