Eu queria morrer escrevendo. Escrevendo loucamente até sentir o sangue parar de correr nas veias das mãos. É esse o meu único desejo. Agora e sempre. A única certeza que carrego aqui comigo. O resto é amor, muitas vezes dissimulado e não sincero. Mas o abraço verdadeiro logo me faz sentir que eu faço parte disso aqui...
Aquele cenário me fez refletir sobre a vida. Sobre a condição humana. Sobre não ser nada e pensar em ser tudo ao mesmo tempo. Em pensar que ontem o desânimo se abateu sobre aquele pobre homem que perdeu todo o seu dinheiro na cachaça. Esta é apenas a desculpa para a destruição de corpos, famílias e relacionamentos. Não há nada mais terrível do que isso, por que ela parece normal, mas não é. Todos ali estão eufóricos. Correndo para fugir do precipício que se agiganta diante de cada um. A corrida é cruel. É nefasta. As barracas de pinga estão uma ao lado da outra, cumprindo o seu rigoroso papel: não deixar um só escapar. Ninguém. Nem mesmo o mais desavisado que passe por ali com seu guarda-chuva em dia de tempestade.
A tempestade um dia não será mais de água, mas de aguardente.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
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