quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Encaçapando a euforia!

Lá. Cá. Aqui. Acolá. Isto é que é maravilhar-se. Daquilo que nunca se imaginou ser possível. Como segurar e se apoiar no teto? Minha nossa, mas será isto obra humana? Ou é uma força que não se distingue muito bem, apenas uma sombra mal destacada no meio da multidão? De pessoas, claro. Mas o que me deixa boquiaberto é o balanço, freqüente e ininterrupto. Claro, só pára por alguns momentos, para recomeçar em seguida, ainda mais agressivo e antropofágico.

Não se encha de pressa, meu rei. Para quê correr, se a velocidade não atinge a tão desejada força motora que move os sonhos num mundaréu de meus pés pregados no chão de terra da palhoça que avistei ao longe? Oxente, pelo menos aprenda a encaçapar as bolas moço! Se você mirar para lá é óbvio que haverá uma pequena mãozinha empurrando-as para aquele outro patamar daqui, sem pestanejar, sem voltar atrás. Inabalável.

Tudo que foi revisto já estava visando algo, não acha? Antes mesmo de reverenciar o padre diante daquele pórtico esplendoroso da catedral incandescente, ele se virou para o lado e percebeu que todos riam às gargalhadas, sem conter a euforia que emanava dos corpos demasiadamente rechaçados de suas vontades, de suas liberdades peregrinas que acabam por se desencontrar sempre que teimam em se encarar. De frente, claro.

Treme tudo por lá, além daquelas montanhas observadas para além daquelas serras logo ali. Dessa forma é difícil imaginar até como o homem chegou à Lua. Ah, a Lua. Aluar. Mas deixe esse assunto para outros quinhentos, não se apresse, já lhe disse. Não quero repreendê-lo de novo. Não me obrigue, viu? Dizem que para o além só se vai aquilo que esteve durante muito tempo preso a si mesmo. À arvore perto de casa, disse que poderia ir também, mas não conseguia se mover. Que tristeza. Ou alegria! Alegre-se mulher, mexa-se e olhe o êxtase enfurecido ao seu redor, as pragas não podem detê-la. Apenas, e sem questionar, tê-la! Na verdade, nunca puderam. Aquilo que ocorreu foi apenas efeito do tempo, das chamas.

É, me convenço cada vez mais de que o fruto da loucura sou eu por inteiro. Ou melhor, sou a árvore da loucura. Mas que blasfêmia! Se você fosse mesmo, não se daria conta, nem de si nem dos outros. Não mesmo. A sorrateira insanidade não o deixaria perceber que só se vive para enlouquecer os mais ledos enganos.

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