Horas e horas depois o cenário já não é o mesmo: as pessoas mudaram, a paisagem se alterou, eu saí do meu eixo giratório. Tudo impregnou em mim, desde o desconhecido até o declaradamente igual. Emoções vividas e contadas que jamais se apagarão da memória ambulante que sou.
“... pé de cachimbo, cachimbo é de ouro, bate no touro, o touro é valente, bate na gente...”. Me surpreendeu também sua vivacidade e vontade de aprender a ser. Simplicidade e generosidade são palavras-chave que resumem tais atitudes, olhares, sentimentos, benevolências, amor incondicional [por que não?] por aqueles que nunca tinham visto e que se tornaram naqueles momentos únicos e transgressores em companheiros íntimos e amigos sinceros. Obrigado pela cumplicidade...
Queria poder dizer mais, narrar mais, expressar imensamente tudo o que vi e senti, mas ainda estou digerindo tudo. Estou possesso por estes possessos sem nada, mas com uma nobreza esplêndida e, diria, até sobrenatural. Como são belos e como me apaixonaram. Sensibilizaram e aguçaram meus sentidos e percepções e me fizeram crescer, enrubescer cada vez mais minha pele insaciada de boas histórias, de gente, de beleza retratada nos tão pequenos detalhes.
O estilingue, a rede de dormir, o lamaçal das ruas, a ponte onde nem bêbado cai, o fogão à lenha, a receptividade, os canários e pombas, cachorros e gansos. Tudo ainda está comigo, aqui dentro, e carrego para sempre, pois ficarão ininterruptamente nessa erupção de mistérios, dúvidas, ternuras.
Estou possesso, por demais possesso. Pela vida! Outro dia te conto mais. Por enquanto é só e tudo isso. Não se esqueça que a coruja permanece ali, observando e analisando tudo. Elas vigiam. Vigiam, viajam e não se cansam.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
LuLUZinhoooooooo
adorei seu texto!!!!
isto dai é o que precisamos introjetar na nossas matérias, dar sensibilidade às histórias e vida aos personagens... e esse é nosso maior problema: nem todos conseguirão fazer isto, infelizmente.
bjs
Postar um comentário