segunda-feira, 11 de maio de 2009

A ambulância na mente

Hoje, a saudade bateu na porta. Não bateu de se chocar, mas bateu de bater mesmo. Ontem também? Não sei. Se ela se achegou para perto não se mostrou muito presente e foi bem sorrateira. Mas as lembranças são assim mesmo, quando menos se quer elas estão lá. Mas eu queria e deixei elas pipocarem. Lembra do dia do atraso? Lembra do dia do corre-corre? Lembra do dia da catuaba? Lembra do dia chuvoso? Lembra das viagens? Lembra das besteiras? Lembra dos momentos estressados? Lembra do falso coleguismo? Lembra da velha metida a teórica e que adorava Antônio Nóbrega? Lembra da falta do que fazer? Lembra de não ter se arriscado tanto quanto poderia? Lembra da mesmice das botas de astronautas? Lembra das discussões e da falta delas? Lembra dos olhares tortos? Lembra dos botecos na grande avenida barulhenta? Lembra do muito sono que sentia e que não te deixava raciocionar direito? Lembra das descobertas? Lembra do aprendizado? Lembra daquelas pessoas? Quantas ficaram? Quantas se foram? Quantas nunca estiveram? Quantas sempre fingiram muito bem? Quantas foram ternas o tempo todo? Quantas lembranças são pertinentes? Quantos desejos são derradeiros? Quanta vontade acumulada em um só ser...

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