Sabe o desespero? Então, o desespero. Mas não o desespero tão desesperado assim. É um desespero quase sutil e íntimo. Não revelado nem para quem o sente. Talvez esse desespero seja ainda pior, porque alimenta as entranhas de medo e de desejos reprimidos. Esmurre a porta e saia daí de dentro. Já. Escreva. Borre estas linhas insanas de libertação. Borre a vida de mais vida. Não desista de escrever. Não desista de tentar. Não desista de amar. Não ainda. Não agora. Não. Mas o desespero se aloja como uma bala que vai semeando a destruição onipresente e onipotente na vida de pobres mortais como nós. Canso de dizer que não há sentido em tudo isso. Mas por que procuro então? Por quê? Por que me alimento diariamente de esperanças despretensiosas? Por que tento construir um otimismo como um castelo de areia? Provavelmente porque já nasci com ele. E daí? Se sua mente é perturbada, use isso a seu favor. Se apaga tudo isso tantas vezes seguidas, é por que não tem certeza do que pensa e do que fala? Não necessariamente. O suspiro nem sempre é de dor, não é verdade? O suspiro nem sempre é de lamento. As confusões nem sempre são mal-vindas. Mas plantei uma árvore. E ela floresceu. E deu tantos frutos que tive de estocar uma parte e distribuir outra. E o sonho acabou. E os pensamentos retornaram. E o desespero voltou a afligir. Mas logo foi embora. Assim é bom. Ou não. A angústia de viver jamais será revelada diante de corações não sinceros e dissimulados. Escute bem: JAMAIS.
Enquanto me desespero, espero.
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