quarta-feira, 13 de maio de 2009

Magrela sorridente

Assim que a magrela põe suas duas rodas na rua, todos os olhares se voltam e se alegram. Os pequenos garotos quase não se aguentam e a admiram. O seu esplendor é como mel, ou melhor, como o doce comprado na pequena vendinha perto de suas casas. Os olhos brilham. Eu consigo ver daqui. É sério. É sério e tão lúdico. É tão terno que me enterneço junto e sorrio com a alma. Com os olhos me desfaço em compulsão por ver aqueles sorrisos fulgurantes que ainda perdurarão por anos a fio.

Foi bom voltar a andar com minha magrela. Ela me lembra aqueles anos onde o mundo parecia o melhor lugar para se viver. Ele ainda é, mas hoje preciso criar outros mundos para suportar as realidades que se jogam na minha frente tão apressadas quanto o trem atrasado.

Foi bom também voltar ao passado. Aos lugares do passado. Às ruas do passado. Às salas de aula do passado. Ao passado propriamente dito. É como um flash back. É como o passado tão vivo quanto ele não conseguiu ser enquanto acontecia. Ele não foi tão forte naquela época. Mas hoje ele é sim. Tinha tanto medo que o passado ficasse marcado apenas com suas manchas encardidas, mas não, não permiti. E não permitirei enquanto houver um lampejo que seja de fututo. De futuro e de raios. Sejam eles do sol ou da tempestade.

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