sexta-feira, 22 de maio de 2009
Fuja enquanto há tempo
Os sons da caixinha de música não me espantam, me enlevam em sua beleza serena das noites enluaradas e mornas. A brisa vem balançar os seus cabelos de vez em quando. Mas só muito de vez em quando mesmo, porque eu olho feio e ela logo muda seu rumo. Na sala escura do cinema, ele se diverte. Ri às gargalhadas. Quer dizer, nem tanto assim. Mas ri. Se diverte de verdade. Sorri e se emociona. Também, com aqueles poemas musicados todos pulando diante de seus olhos sem descanso, não poderia ser diferente. Diferente... Você é diferente, sabia? Diferente de tudo o que existiu. Mas mesmo você não existindo em carne e osso e detalhes desinteressantes, está aqui comigo... seja por meio de seu timbre que sonhei na outra noite, ou pelo perfume que senti na rua outro dia, sem poder identificar o portador. Mas a poesia está aí, basta você abrir seus olhos. E seus poros também. Abra sem medo. Abra sem preconceitos. Abra os braços e corra velozmente pelos campos verdejantes da imaginação sem cabrestos. Mais quer dizer mais e mais. Mais toques, mais cheiros, mais lábios, mais faces, mais passos, mais ruídos, mais olhares piscados, mais compreensão diante da folha que cai da árvore solitária na calçada. Ninguém a olha. Ninguém a sente. Ninguém a nota. O que eles anotam são seus compromissos super importantes da sexta-feira lotada de afazeres. E a vida passa. Veloz. Curta. E contundente. Ela passa e você nem percebe. Nem a olha. Nem a sente. Nem a nota...
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