domingo, 7 de dezembro de 2008
A caatinga
A caatinga. A catinga da pitangueira que reflorecia a cada entardecer. E o anoitecer baixou uma luz inebriante e conturbada. A brilhantina dos tempos áureos voltam sempre que é possível sonhar mais um pouquinho. Mas e quando a morte chegar? Não existe mais nada depois. Aí é só o vazio que prevalece? Pode acreditar que sim. Mas eu me sinto como um zumbi, sendo controlado por uma força incomum e não visível. A loucura? Depende do nível de saciedade do mundo que você tem, pois a fome de comer é diferente da fome de possuir. Transcendo para outros espaços, sem precisar me movimentar, sem sair do lugar, rastejando a palha seca atrás de mim. A tenda foi montada sobre mim e tudo pulsava incessante e desconexado de meus poros em fúria e em chamas. Tudo ardia como se a vida explodisse num grande impacto de verde e vermelho. E fogo. Para salvar a humanidade basta apenas uma pequena quantidade de sol e de reflexo do ouro. Apesar. Os pesares foram abandonados diante da dinastia errante e errada pela honras da casa. A casa onde sempre me senti eu. E ser eu foi um preço muito alto pago por continuar vivendo e ser feliz para sempre, pelo menos por um período comumente chamado de sempre, mas que dura tão pouco. É, o sempre dura muito pouco. Quem foi que o nomeou? Eu, o rei do mundo e de mim. Dos meus atos e dos meus disparates. Eu sou feliz. Eu sou um grão minúsculo de nada. Mas ao mesmo tempo eu sou tudo e um enxame de palavras toma conta de mim e exige: Fim. É preciso parar por enquanto, é forte demais para seguir de uma vez só... Apenas sozinho e só.
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