O tempo nunca foi nem nunca será o senhor dos meus dias. Ele tenta, mas eu destruo todos aqueles ponteirinhos ali, tá vendo? Não deixo de jeito nenhum ele se achegar pra perto de mim como se não quisesse nada. Mas ele quer. Quer sim. Quer tudo quanto é mais precioso para mim: os mais pequenos momentos saboreados na companhia de amáveis almas amigas e singelas, que não me pertencem, mas se ligam à minha por instantes rápidos como o relâmpago.
Sabia que essa história de brincadeiras infantis fica martelando na minha memória? Ah, a memória. Transpiro e transmito de dentro de mim todas essas palavras. Este é meu talento que não será roubado jamais. Elas, as palavras e as letras, são tão lindas que meus olhos chegam até a marejar neste momento. Falo sério, acredite! Olhe estes desenhos, estes contornos, estes versos transversais de mim mesmo, que me representam e são representados por meu olhar sobre as coisas, animadas ou inanimadas, não importa. As coisas!
O teto aqui está branco, completamente branco. Uma rachadura naquele canto ali me diz que nada é para sempre, nem perfeito. A perfeição é uma bobagem inventada para vender boas imagens de pessoas disfarçadamente boas. As luzes giram na velocidade do vento, que entorta a minha pele para todos os lados. Ele está incansável nesta noite gélida, enquanto olho para o mar desse mirante improvisado dentro de mim.
A liberdade.
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