sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Desejo de chover

A água invade o tênis. O escadão está inundado. Não chega a ser uma enchente, mas a água jorra intensamente. É cidade, não há terra por ali. Apenas casinhas simples. Muito simples. Mas cheias de alegria. Como a minha. Mas como eu estava dizendo: a chuva invade de tal forma que me faz gargalhar por dentro. E por fora também. É um êxtase que sobe e é tão parecido com a forma singular e serena de ser e se posicionar diante do mundo, que eu me enlevo na minha felicidade que não reclama grandes coisas e valoriza momentos tão pequenos. Estes são meus. Estes são eu. Estes são pra sempre. Mas o fato é que a casa continua serelepe e pulsante como sempre. As histórias e as memórias se somam a cada dia. A veia propulsora de tudo isso está de volta. Não imagino como seria sem ela. Mas por um momento coisas estranhas passaram por minha mente hoje. Como será? Quem irá primeiro? A vida é tão finita quanto um copo d'água no deserto. Por mais que tentemos aproveitá-la, sempre haverá um gostinho de quero mais. E talvez aí esteja o segredo do que é respirar a cada dia, seja com chuva ou sol, nuvens carregadas ou totalmente desabridas num verão qualquer. O sol. A lua. A chuva. A natureza. Não é complexo. Basta olhar com atenção. Basta olhar. E não se cansar.

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