domingo, 4 de janeiro de 2009

Gotas

Quem vem depois não sabe os traços que o guardou nos tempos passados no passado. Inspirado pela nuvem carregada não se atreve a sentir frio, apenas se entrega às vicissitudes do ser. Ouviu-se um barulho, algo ou alguém se arrastava molemente ao som de Doors. A abertura de Apocalipse Now ficou registrada em cada acorde e ângulo, não só visto mas também imaginado. Você escreve à mão regularmente? Eu nem tanto. Mas é tão bom... Me faz sentir vivo diante do tremeluzir da brisa despreocupada que invade o ambiente aqui sem pedir licença. A folha ainda está pela metade. A folha de papel, não a da árvore. A folha com a qual eu pensei em construir uma carta e uma casa; a carta foi, a casa ficou. O ritmo frenético também. Os dias passaram sem avisar que passariam. Rapidamente. O relâmpago. Os trovões seguidos do temporal e da dor na mão. A montanha, ou um agrupamento delas, se amontoa [claro!] diante de mim e mostra o seu mistério sensual escondido nas pedras. Formadas quando? Ontem, provavelmente. Mas eu sou atemporal. Sem tempo de discorrer sobre o que não é extremamente extremo e essencial. Dói muito. É preciso parar. Ejetar!

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