terça-feira, 11 de novembro de 2008

Coceirinha

Quando dá uma coceirinha, você escreve até em pensamentos. Tenta ir guardando tudo. Para não deixar escapar nada, você cria diversas imagens, mas muitas vezes elas se confundem e formam outras tantas imagens. Muitas são desconexas. Outras, tão claras quanto a noite em dia de lua cheia. E outras ainda são tão morosas que parece um filme em câmera lenta. E mudo.

A energia elétrica se mostra tão indispensável que nem imaginamos como seria dormir todas as noites sem a TV ligada. Eu digo que é possível e confesso que experimentei esse estremecimento das bases outro dia desses. É inquietante. A chama da vela samba para lá e para cá e as idéias e emoções parecem seguir o mesmo ritmo, como se todos juntos se dispusessem a dançar a grande valsa da vida, que grita e esperneia por mais, mais e mais luz. A luz própria. Não a falsa.

Por hora não há mais oras e oras, nem pois e pois. Nem poréns. Eu preciso me mexer para minha mente voar?

Hoje meu pequeno grande orgulho completa dezoito aninhos. Ainda é minha criança e será para sempre, mesmo que tenha dez filhos. Parece que foi ontem que ela chorava porque foi obrigada a posar para uma foto com seus cachinhos tão cuidadosamente preparados por sua mãe. Nossa mãe. Nem preciso falar do seu brilho próprio e estonteante não é? Só lamento não ter nem um pouquinho de sua beleza. Pelo menos a externa, pois sei que a alegria de viver é uma coisa que já nasceu com a gente e levamos sempre para todos os cantos.

E, levada e espevitada, viverá tantos outros dezoitos anos, e tão bem quanto estes que já se foram...

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