O corpo vai, mas a mente fica. Ela perambula e zanza incansavelmente por aí. Falando nela, hoje está cheia de idéias. Disse que está alegre até. Ao ver uma senhora com dificuldades de locomoção, deu um estalo nela [a mente]. E já foi viajar por aí. Ela é tão independente e insaciável às vezes. Foi, mas voltou rapidamente. É brincalhona também. Ou será, que o corpo não agüentou de saudades? Ah, mas isso é muito para minha cabeça.
Eu vi um índio hoje. Ele andava por entre imensos prédios. Mas ele estava no chão. Não parecia perdido não. Pelo contrário: parecia ter finalmente se encontrado. Ou não. Cadê a sua floresta e o seu corpo nu? Quem foi que comeu? Quem foi que usurpou? Quem foi o assassino? Quem foi o maldito ser humano responsável por tamanha calamidade planetária? [Isso tudo é minha mente viajando de novo. Está impossível, viu?!]. Talvez ele pensasse tudo isso também. Talvez minha mente tenha trocado uma idéia com a dele. Vai saber né?
Uma garotinha no alto de seus três anos, no máximo, tagarelava palavras desconexas e complicadas. Pelo menos, eu não entendia. Será que perdi a capacidade de entender o incompreensível e essencialmente profundo? Provavelmente, a linda garotinha cor de jambo quisesse exercitar a fala sem perder mais tempo. Afinal de contas, foram anos inteiros sem conseguir se comunicar. Será que ela será apresentadora de TV? Ou mais uma solitária errante por essas bandas daqui?
O que seria dito hoje ficará, sem muxoxos e reclamações, para amanhã. Ou depois de amanhã. Só a danada da minha mente poderá dizer com toda a certeza. Ela não me confirmou, mas como a conheço, digo: é difícil que ela rumine por muito tempo uma idéia. Ela vomita bastante. Quase ininterruptamente. Coitadas daquelas que não vomitam. Talvez já nasçam congeladas e inertes.
Nem um sim, nem um não. Nem talvez. Muito menos a vez. Apenas a hora é chegada de dizer: ver é mais subjetivo do que sentir, pois uma coisa é anterior à outra. Esta é a ordem desordenada do mundo. E ponto final. Ou talvez reticências...
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