quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O moço perspicaz

O homem sentou na escada e começou a cortar o cabelo com a gilete mais vagabunda que existe. No meio da cabeça já não havia tanto cabelo. Era o tempo mostrando o seu poder insaciável. Boas condições. Será? E o moço perspicaz? E o pretensioso? Lá vem você com as suas infinitas indagações.

A sanção estava tão sonolenta que esqueceu de se sentar e impor a ordem.

As pessoas são tão normais. Ou não percebem o quanto são comuns. É preciso se diferenciar. Ser único. Mas elas são incentivadas a se juntar, a ser igual, a ser o padrão. Devanear é crime nesse mar de normalidade. Psiquiatra? Sou eu e é você também. É só querer. Basta deixar a brisa levá-lo para longe, onde a criatividade cria asas e penas, e voa para o indiscutível.

Tédio e euforia. Convivem lado a lado. Ora um, ora outro, ora os dois, ora nenhum. E ainda tem mais um monte de sentimentos inomináveis. Por que eles são sempre nomeados? Eu gosto de inventar. Então vou começar a inventar nomes. Sem pedir licença. Não é preciso. Ninguém patenteou ainda.

A cara e a coroa deram as mãos. Ficaram ali sentadas no banco da praça. E o mundo terminou. Poeticamente. Fim.

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