Quem foi que trocou as bolsas? Quando? Foi um sonho? Não me lembro! A pergunta me martelou insistentemente no começo da tarde de hoje, mas até agora o enigma permanece tão misterioso e desconhecido quanto a face nunca vista nem tocada pelos mares e maresias de pecados contestados nos tribunais de excepcionais expurgos.
Um mundaréu de opiniões e opções se adensa velozmente, competindo com o desejo ininterrupto de dizer tudo aquilo que não foi dito, renegado às reprimendas bobas de um ser que sonhava ser elevado ao mais puro das moradas celestiais e desregradas.
Inconfesso. Essa palavra insistiu em sair desde o começo. Não pude mais segurá-la, conter a sua vontade própria de se criar e se jogar no mundo, de se transformar em algo concreto e passageiro. Porque ela nasceu e morreu ao mesmo tempo, num rápido instante que nenhum cronômetro de toda a face da Terra poderia captar.
Quantificar é separar através de baias tudo aquilo que pode ser misturado e devaneado em conjunto, em rodas, em cantigas. Em cirandas ficou ferozmente incandescido de luzes estelares e repentinas. Tudo era um repente estranho e desajeitado, um momento do não-momento, do não-tormento, do não-alento.
A frondosa fronte fresca fundiu-se ao fatal destino destampado do desejo dilacerado e endiabrado no corpanzil corcovado diante de dados e destinos. Cidade.
Ah, até o presente instante não faço a mínima idéia de como resolver o mistério das bolsas.
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