São Paulos, São Joãos, São Beneditos, São Pedros, São Antônios. São de Nadas e suas imagens só remetem ao vazio que sinto quando vejo a intolerância exposta e, inacreditavelmente, disfarçada de amor ao próximo e compreensão exacerbada. Às vezes rio na cara da hipocrisia, mas em outras tantas me dá vontade de vomitar um tamanho enorme de excrementos e sujeira em cima dela, que parece se encolher imediatamente. Porque nessa hora eu sou Deus, o Deus de mim mesmo, que controla o que sou e o que vivo.
O veneno e o rato. O rato com seu veneno e o veneno de rato a esperar pela decisão fatídica. A decisão seria a derradeira tomada em anos de vida medíocre. Até chegar a esta conclusão trágica e sem volta não foi preciso pensar muito, nem dividir a ansiedade com ninguém, até porque não havia. Essa coisa é muito louca. O que deve passar na cabeça de um suicida? É preciso ter sangue frio ou quente? Não me entenda mal, não quero me juntar ao grupo, são apenas questionamentos de vida ou morte, duas preciosas palavras que nos atormentam sem descanso.
Os elementos estão todos aí e só falta a sagrada e indispensável sensibilidade para percebê-los e fundir todos juntos em divagações intermináveis da mente pura e sádica. É um infinito composto por estudos complexos que fogem ao entendimento rasteiro das implicações e conseqüências direcionadas para quem está desarmado e livre do tiro à queima roupa, resultado do acidente não evitado naquela tarde de céu negro como o breu.
Resmunga um sonzinho de uma música antiga e que esteve nas paradas de sucesso de muitas rádios. Devia ser época do saudoso vinil ainda. Como uma idéia súbita aflorou de repente, ela não se contentou com o fogão e o tanque e foi se emancipar para aqueles lados onde era mal-vista e rejeitada. Não se impressionou e se armou do mais discreto despudor e foi viver a vida que lhe fora negada duas décadas atrás. A escolha agora é ser livre e gozar os prazeres da carne e do mundo. Pobres daqueles que negam a vida e reprimem a felicidade que só eles podem criar.
O protagonismo da existência não deve ser menosprezado nem oferecido a outros, pois somos os atores de nossa própria encenação. Ou pelo menos, devemos ser. Benditos sejam os que descobriram esse dever básico e tão descaradamente óbvio.
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