Parecia não pertencer ao lugar que tinha leis, mas não eram declaradas. O furacão passou e quis saber o que ocorria por aquelas bandas dali, não compreendia por que todos ainda insistiam em permanecer ali, mesmo correndo todos os perigos, as criminosas atitudes de seres rastejantes pela madrugada adentro que não sossegam de gemer fortemente, como se se apegassem ao mais alto tom da indiscreta falibilidade.
Os objetos pareciam estar fora do espaço a que pertenciam anteriormente. A intolerância animalesca, mas somente humana, fez de seus vis corações sementes impregnadas de branquitude exalada na fumaça do cigarro que incomoda inflexivelmente. O fuminho não se conteve e se espalhou.
Já ia pegar a caneta, sua arma, mas não teve tempo de rabiscar nada. Não era o momento... a viagem estava próxima, já estavam apertando os cintos. A velocidade ia a tal extremo que a força do vento fazia a expressão do seu rosto parecer um amontoado de olhos, bocas, narizes, espinhas, manchas e rugas. Na testa tinha um indescritível sinal de tédio. Estava estampado como uma placa, mas não conseguia enxergar no reflexo do espelho.
A porta do boteco está aberta, não se fecha quase nunca. É para lá que vão as almas da esquina da rua sem saída do outro lado da cidade. Reza a lenda que ficam por ali a inalar o sabor da displicência e falta de regras, de pré-condições. Se revezam para não ter medo de se ocupar do mesmo itinerário na busca pela perfeição de seus defeitos. Os passos já não condizem com o modo de se mostrar, uma perna parece maior que a outra, o caminhar desajeita a maneira de se portar, de seguir mirando a estrada à frente, símbolo da reflexão e das diferenças.
Não chega, está longe. Lá na linha horizontal que persegue e afugenta os mais ínfimos detalhes incrustados na mais tenra alegria que não se cansa de reviver em momentos de apogeu, alento, loucura. É o início. E talvez o fim.
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