sábado, 27 de setembro de 2008

Êxtase

A malemolência faz com que o corpo não pare e se agite cada vez mais, sambando e quebrando ao ritmo do som que exercita os músculos, a pele e, principalmente, a mente. Um estado de êxtase tão grande que faz com que os suspiros sejam ouvidos por qualquer um e por todos.

Inquieto e feliz. É preciso aproveitar e sugar o momento até a última inspiração, pois não sei em qual momento estarei endiabrado novamente, fora de mim e de carne-e-osso em tudo. A energia é sentida até no vai-e-vem do balanço da praça, do sorriso de uma criança, do farfalhar de árvores magnifícas.

Olha a natureza de novo aí minha gente. Ela está em mim e eu estou nela. Acho que já falei isso antes, mas é que isto é muito enraizado em mim. Poderia passar horas admirando aquele arbusto ali, tá vendo?, e não me cansaria. Seria um misto de meditação e agradecimento por poder olhá-lo, senti-lo, entornar tudo aquilo como se fosse um saboroso copo de cerveja em dias quentes.

O canário cantou ao longe. Mas estava tão perto que nem percebi a distância. Mas a distância, muitas vezes, é inventada sabia? Sim, sim. Uma dia inventei que estava distante e me fechei em mim mesmo. Foi um fechamento gostoso, mas com toda essa intensidade que me devora é impossível não dar meia-volta e correr de braços abertos para a multidão de sorrisos.

Bom, mas deixa eu ir, porque a vida lá fora me aguarda ansiosamente. O coração palpita de felicidade. O dia está lindo. E ele é todo meu.

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