A espera é por algo que ainda não se concretizou. É algo subjetivo ainda, que habita apenas a mente de um ser insano e à beira de um ataque de euforia em qualquer hora do dia e em todo lugar destinado à vida que pulsa dentro de músculos fortes, potentes, avantajados ou não. A demora tem que ser trazida para perto, acarinhada, embelezada, pois ela fará parte de cada murmuro que involuntariamente escapar de sua boca.
Os ouvidos estavam atentos, mas só ouviu o extremamente necessário ao mundano concerto dos causos da civilização desordenada. A civilização está empesteada de doenças sádicas e temporárias, mas que continuarão a atormentar o estabelecimento de novas leis e regras cruciais para a permanência de tudo quanto é hierarquia.
Ela foi mantida por séculos e séculos e ainda continua a distorcer os horizontes por onde passa e, sem pestanejar, agride até mesmo quem mal sabe expressar seu sentimento de culpa e desejo reprimido nas intenções implantadas criminosamente nas mudas de plantas que insistem em respirar o ar contaminado pela poluição das chaminés assassinas de humanos sanguinários e sem nobreza nenhuma.
O caso foi parar na cozinha da velha senhora idosa e gasta pelos anos que levaram todos os seus amados filhos. Mas ela, sem duvidar do além, mandou ele de volta para os quintos de onde tinha vindo. E ficou nesse vai e vém de viagens descontroladas pelo relógio impulsionado pela pressa das realizações incompletas e mal planejadas, mal aproveitadas. Cansado de tanto esperar, chutou para longe a bola que havia parado perto de seu pé e previu que aquele momento poderia transformar o andar da carruagem do mundão a que pertencia e desapercebidamente confiou cegamente no tesouro que encontrou ao abrir a janela naquela manhã: a brisa disse que era preciso se mover.
E foi o que fez.
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