sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Solidão

Por que só aquilo que a gente não possui faz tanta falta e traz tanta solidão? A complexidade latente e intimamente ligada a mim é boa ou ruim? Olhar para dentro, para toda esta complicação interna de emoções é prejudicial ou me faz crescer? Mas crescer para onde? Para quê? É possível controlar a raiva e o amor presentes lado a lado nesse amontoado de indecisões?

A caneta falha. Não há mais tinta. Foi o fim. Morreu.

A batida de uma música me faz viajar pelo mundo que me invade substancialmente e sem pedir licença. Vai empurrando tudo e gritando palavras desencontradas e cheias de beleza sonora. Deitado na cama, ele fica ali, ora ao lado, ora possuindo o corpo jovem e cansado depois de dias ininterruptos. Dias mesmo, pois não houve noite. O brilho solar não descansou por sete dias, incansável e vigoroso.

O enxame de idéias foi sacudido e o autor foi advertido de que elas eram muito perigosas e deveriam ficar dormindo por muito tempo, ou para sempre. Mas ele não se contentou e continuou a cutucar com vara curta todo aquele objeto cheio de imaginações. Não se arrependeu: era fascinante vê-las se formando, desde o princípio até o final. Todo o processo foi registrado pelo outro enxame que havia nele.

Pegou o telefone e saiu a contar para os amigos mais próximos a sua grande descoberta.

“Posso mudar o mundo com apenas um abrir e fechar de olhos. O poder da minha mente vai me transformar e levar aos recantos mais esquecidos das vilas tudo quanto há de belo, necessário e eterno”.

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