segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Um zero esdrúxulo ou bruxo?

Um bruxo.

Tudo parece nada, ao mesmo tempo em que nada parece tudo, e tudo se transforma no infinito do nada, e o nada se incorpora de tudo. Contudo, eis-me aqui divagando com a mente para caminhos nunca antes xeretados, uma mente novinha, porém um tanto assim... cansada no momento. É preciso dar asas a ela, pois o corpo está definhando e se assemelhando ao passarinho que acabou de nascer e implora por uma comida da boca da mãe. Que lindo.

No meio do mexerico, ateve-se apenas ao essencial da lúgubre caminhada que se apresentava à frente de todos os estilhaços da bomba de gás lacrimogêneo, vinda não se sabe de onde. Dos céus, quem sabe! Talvez chegou o tempo em que elas vão chover nas cabeças dos desavisados e no corpanzil de mulheres desapegadas do materialismo e das ambições luxuriantes. Catástrofe. Estado de espírito. Espírito de Estado, acabado, maquiado, titubeado, fraquejado e gigante pela própria natureza.

Mas tudo se fez presente no sonho delineado por duros cortes perigosos à ordem estabelecida. A paz era inventada, um produto da imaginação daqueles que ansiavam por um mundo justo, sincero, digno, quem sabe! A calmaria dos tempos passados não foi copiada, apenas esquecida depois que o sempre foi estabelecido e firmado como um ideal de vivência, de aquiescência, de condescendência. Mas como pode! É a intolerância dos pés à cabeça, com sua roupagem real e falsa.

Do chão surgiu um monte de impurezas. Do monte surgiu o barro. Do barro construiu-se uma casa de taipa. Da casa de taipa fez-se uma família feliz por anos a fio. Da família feliz criou-se a distância. Da distância surgiram os boatos e as intrigas. E destes, o mundo surgiu e desapareceu, num piscar de olhos e abrir de cabeças, dependuradas diante de indistintas frases que mal significavam a si próprias.

Em busca de um sentido que parece cada vez mais morar depois de onde se hospeda o nunca! Soltou um rugido, comparando-se ao rei da selva, e foi procurar o horizonte atrás do morro revestido de relógios que o alucinava e, mesmo continuando a trabalhar, faziam-no parar e estacionar no ponto de partida. Estava zerado.

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