terça-feira, 16 de setembro de 2008

Constantes Contrastes

Dia chuvoso. Nublado. Frio. Mesmo com o vento escancarando a minha pele eu permaneço desbravando tudo e todos, pois não há limites, não há portas nem muros, muito menos transposições de postos almejados. O curioso é como a alegria impera hoje. Surgiu não se sabe do quê, nem de qual paladar aguçado do gosto de terra molhada pela fina garoa. Calor humano, eu o provoco.

Sou tão provocante. Pergunto a todos que passam pelo caminho, indago e inquieto com um olhar penetrante e irregular, que surpreende e incomoda, aflige, mas também acarinha os mais solitários, os tão necessitados de apenas um olhar. Presto este pequeno serviço à humanidade, claro que é apenas um pedacinho bem pequenininho, mas eu estou aqui é para tirar as coisas do lugar, para bagunçar a ordem e estabelecer os ditames de um novo mundo, de um mundo novo.

Não, não estou me candidatando a nenhum cargo público. Só, e tão somente, tenho certeza inenarrável da vitória na eleição da vida, quando os corpos passearão entre si e farão sentir uns nos outros o doce sabor da quentura e da perdição humanas. Use o polegar para registrar a sua existência, mas acima de tudo, use a iluminação daquele poste ali, com seus raios de luz incessante, use-a! Para dar vazão às permanências mais injustas e desencontradas que, por ventura, achar pelos tubos gigantes ao longo do trajeto lúdico do fim do mundo.

O caminho estava equilibrado, porém ele não se contentou em seguir a linha reta, queria turbulências e tribulações, queria e conseguiu movimentar sua vidinha tão tediosa e sem grandes realizações. É simples: ele foi seguindo pela guia da sarjeta e lá na frente do templo das vaidades distraiu-se e tropeçou. Pronto, estava livre, já não era mais certinho, era ele mesmo quem ditaria dali para diante o que é acertado e o quanto é belo o erro redimido de palavras e gestos mudos.

O silêncio é duro, palpável, sólido. Você que nunca parou para prestar atenção. E não coloque a culpa nos outros Senhores Humanos, você é aquilo que você acredita. Se você acredita em Deus, você é seu próprio Deus... olha que maravilha! A humanidade está salva e viva, mais viva do que nunca. Encontrastes a cura, o segredo de todo o mistério que o perseguiu por toda a sua trilha errante. Contrastes.

Eu quero é o contraste, o desapego ao fútil, à diferença entornada num copo de cerveja na roda composta de humanos-homens e humanos-mulheres, além dos humanos-criancinhas, humanos-adolescentes e humanos-velhinhos.

Contra-o-traste! Ha-ha...

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